A sucessão de 2018 está diante de uma versão eleitoral da Lei de
Murphy, aquela segundo a qual “quando uma coisa pode dar errado, ela dá
errado.” Até bem pouco, Ciro Gomes parecia ser o único candidato em
condições de ampliar sua base eleitoral. De repente, a coisa desandou.
Nada a ver com a perda do apoio do centrão para Geraldo Alckmin. O
grande problema de Ciro é, novamente, a língua de Ciro.
Autoritário
ou enérgico? Arrogante ou determinado? Imprudente ou corajoso? O estilo
de liderança a que se propõe Ciro Gomes constitui um enigma. Seus
rivais apregoam que as primeiras alternativas são as verdadeiras. Ciro
seria truculento e aventureiro. Ciro tenta demonstrar que as segundas
opções é que são corretas. Seria brioso e arrojado. Mas não insensato.
O
problema é que a língua de Ciro se expressa como se desejasse amarrar
um nó no pescoço do dono. Em sua penúltima temeridade, a língua do
candidato e disse que Lula “só teria chance de sair da cadeia se a gente
assumir o poder”, pois vamos devolver juízes e Ministério Público “para
a caixinha.”
A coisa foi filmada.
Mas Ciro atribuiu a má repercussão à imprensa, que teria retirado as
frases do seu contexto. O candidato ainda não percebeu. Mas repete agora
o mesmo erro de sucessões anteriores. O erro da autocombustão.
Blog do Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário